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sábado, 17 de março de 2012

O delírio do geral

Estou cansado dos Explicadores Gerais, adeptos de um todo explicativo e universal a partir de leituras de orelha de livro.

Cansei mesmo! E foi a partir de determinadas percepções teóricas não explicadas pela panaceia, a não ser que se forçasse à teoria uma adaptação a um real dois números maior. Da Coluna Prestes não ser percebida pelo popular como libertadora, e para muito além das "limitações de percepção do povo pobre e mal educado", até a confusão do laicismo com o antirreligioso  e inclusive exclusão do religioso do espaço laico em todos os momentos, e não tô falando do óbvio da retirada de crucifixos de tribunais, mas da condenação de canções ou manifestações religiosas em espaços de uso laico em momento de homenagem acordada a uma das religiões presentes no país.

Estou cansado da democracia ser um valor só levado a cabo quando alguma postura politica sofre enfrentamento de outra que percebe nela o impulso autoritário, mesmo que com jargão libertário, de condenação do outro como anátema por este não caber no invólucro racional cartesiano de Bakunin, Marx ou Genghis Khan.

Cansei da alegação do direito à estupidez como argumento em favor do expor barbaridades. Não acho ridículo a religião, a roupa, o corpo, a fé, o gosto musical, e não, não acho de direito acharem ridículo a musica, o cheiro, o cabelo, a religião, a fé, sua ausência, o corpo, o amor, o tesão e a arte de quem quer que seja.

Se engolir o direito à exclusão pela ridicularização é ser anti-democrático me abstenho da democracia como valor. 


Os explicadores gerais, universais, tem o hábito de manter um corte civilizacional que acaba por reproduzir as binaridades clássicas entre Racional x Irracional; Mulher x Homem; Cultura x Não Cultura; Música Boa X Música Ruim; Negro x Branco. Ai acaba chamando de música só o Chico Buarque e achando Teló sub-canção, amando Marisa Monte e achando o "som de  preto e favelado que quando toca ninguém fica parado" o fim da civilização ocidental.

Não me ofende o outro, me ofende o que nega o outro. Não me ofende o povo votar no Cabral, me ofende que achem que ele o faz por ser idiota.

Não me ofende que deputados em uma sessão em homenagem ao centenário da Assembléia de Deus na Câmara cantem hinos religiosas dessa denominação religiosa, assim como não deveria ofender que sessões solenes ao centenário do Rock tivesse Bill Halley ou deputados candomblecistas em sessão em homenagem à Mãe Menininha tocassem pra Oxum. Me ofende a retirada da legitimidade dos Evangélicos de se posicionarem culturalmente, politicamente e filosoficamente. 

Impor uma explicação racionalista cartesiana para de uma forma absurda legitimar que por terem posições conservadoras uma parte da sociedade seja excluída do direito legitimo à representatividade política me ofende.  E me ofende ao mesmo tempo que uma postura anti-laica por parte das mesmas denominações religiosas se coloca. Porque ambas as atitudes são anti-laicas, por serem excludentes e ignorarem que o espaço público é aberto à ocupação legítima por TODAS as formas de crença, ideologias,etc.

A defesa do laico não pode jamais cair no erro de incluir a anti-religião como mote. O Estado é laico e não anti-religioso.

Da mesma forma que o marxismo político pediu demissão de mim pela infeliz lógica coletiva de entender que a população precisa de algum tipo  de guia genial dos povos para entender sua realidade cotidiana, o "New Ateísmo on the Block" me perdeu como  defensor de  seu direito à estupidez ao se tornar o sinal inverso do que combate e virar mais uma denominação religiosa preconceituosa, elitista, classe média coxinha, intelectualóide e defasada teoricamente.

Entre a generalização Marxista de Galinheiro e o Menochio eu vou tomar um vinho com queijo e vermes com o velho moleiro. Entre o "Ateísmo" proto Hitchenista  ignorantão, cartesiano zé ruela fico com o Marx de Thompson e seu entendimento da fé como parte da formação da classe operária inglesa.

As explicações gerais são o colchão de ar do  salto mortal carpado do falso teórico. É o para-quedas analítico de muita gente, que salta pro nada usando-o para evitar os choques coma s pedras reais e assim cair manso no eruditismo estéril e citador de nosotros.

Sei que é muito mais fácil e divertido pegar um conceito geral e irrefletido da "alienação" e "religião é anti-racional" e ir pra galera, mas sugiro que o povo vá curtir uma real, um papo reto com o Seu Manel da Padaria, com o Tio Joca da Farmácia,com Dona Doquinha do Borel e se entenda com aquela realidade e suas racionalidades surpreendentes que pululam entre dentes, ladeiras, morros e estações derradeiras.

A lógica do global, da panaceia teórica que a tudo abraça e explica, essa  generalização irrefletida e tosca é a versão do "onde esse mundo vai parar!" das vovós donaldas das novelas das seis. O povo repete o senso comum assustado com a  realidade das Tias Zicas de bob no cabelo, mete um Foucault refogado em Deleuze e vamo que vamo.

Sob pena de ser a intelectualidade que matou o velhinho inimigo que morreu ontem, temos uma produção de bobagem elitista e estreita que pouco deixa de se parecer com seu oposto conservador, ou seria melhor dizer "Seu oposto conservador de direita"?



Estou cansado das explicações gerais, talvez seja peso de nossas cabeças.




terça-feira, 8 de novembro de 2011

O preço da invasão da USP

Reitor Rodas
A invasão do Campus da USP pelos nobres Policiais Militares recebeu apoio dos clássicos reaças e inclusive de parte da "intelectualidade" de "esquerda", notadamente ligada à Biopolítica e à  "Nova Esquerda", apoiando isso em nome de um moralismo legalóide. 

Esse legalismo esquece uma máxima humanista: "Nem tudo o que é legal é legítimo" que se não me engano um tal de Erasmo escreveu mais ou menos no período citado pelo Mário Maestri neste  belíssimo e fundamental texto. E este esquecimento vem sem notar o quão contribuem pra destruir coisas que são muito mais do que pensam suas rotundas bundas criadas a leite de pêra.

"São duas leis?"
Ai dizem coçando a barriga: "Mas nego acha que são dois mundos? duas leis?" é fio, é isso mesmo, é isso porque é preciso que assim, seja para que o conhecimento seja produzido, debatido sem que funguem em seus cangotes a ideologia passeante com o coturno costurado com o brasão imperial do momento,  para que o conhecimento tenha a liberdade de destituir reis se preciso for. 

Isso acontece na mesma semana me que descubro que nas colonias espanholas e inglesas se investia em universidades para que as lideranças pudessem "guiar a massa ignóbil" e me perguntava porque os lusos não entendiam da mesma forma que os Espanhóis e Ingleses, a necessidade das universidades. 

Qual era o projeto que impedia aqui o mesmo que nas demais colônias? Ai o "Arcaismo como projeto" me veio à cabeça.. O projeto é o Arcaísmo e é encarnado num fato simples: A Polícia militar surge no Brasil antes das Universidades.

Isso obviamente não é escrito com nenhum intuito de defender um "destino manifesto" de mediocridade  que o Brasil possui  se comparado às nobres e peleadoras nações latino-americanas e ao paudurecente Tio Sam, mas pra ressaltar  que a PM hoje surge antes mesmo do projeto de nação chamado Brasil e coma missão clara de manter na linha o  "populacho" negro, pobre e sujo e quem mais ameaçar a ordem unida do "donos das capitanias" muitas vezes ainda hereditárias. 

Agora foi o alunato da USP que resistiu ao absurdo da entrega da autonomia da universidade de mão beijada ao coturno mais próximo em nome de uma isonomia legal que universidade alguma tem de ter como mundo exterior. Resistiu? para isso existe a Polícia militar, para conter resistências.

A autonomia universitária é para os proprietários da PM, encarnados no comandante em chefe de plantão para seguir as ordens de quem o mantém no cargo chamado Governador, e para, pasmem, parte da intelectualidade que se autoproclama de esquerda, um "delírio pequeno burguês", um "privilégio absurdo" ou outro termo com alto grau de adjetivação que estiver à mão para desqualificar uma conquista que remonta a idade média e que tem em seu germe, em sue cerne e em sua função primordial a manutenção da liberdade da produção do conhecimento para que este ajude o mundo a manter a liberdade.

Em nome de uma "derrubada de muros" da Universidade para que ela "faça parte da sociedade" se constroem grilhões.  Estes grilhões terão um preço muito maior do que a fiança de mil reais que os estudantes presos de form absurda, abusiva e insana terão de pagar e quem o pagará seremos nós, todos, universitários, pequenos burgueses, pobres, pretos, brancos, todos.

As universidades surgiram antes nas colônias inglesas e espanholas do que na colonia portuguesa, que preferiu criar a Polícia Militar, talvez seja essa a resposta para a pergunta cíclica do porque o combate pela liberdade é mais enfático nos países latino americanos e na pátria do Tio Sam, se não é uma resposta é uma pista, uma valorosa pista.

PS: Esclarecendo um ponto: As universidades no Brasil só surgem na década de 1930 do século XX   conforme este artigo que cita a Universidade de São Paulo e a Universidade Nacional do Rio de Janeiro. Há fontes que no entanto consideram a UFPR a mais antiga, tendo sido fundada em 1912. No entanto a Policia militar é fundada como  Guarda Real de Polícia” em 13 de Maio de 1809 , e também são fundadas a Academia Real da Marinha (1808), Academia Real Militar (1810), Academia Médico-cirúrgica da Bahia (1808) e Academia Médico-cirúrgica do Rio de Janeiro (1809). Ou seja, a fundação da Polícia militar foi em Paralelo aos primeiros cursos universitários e antes das Universidades, tendo a polícia um desenvolvimento mais rápido e amplo que os cursos universitários que demoraram mais de um século para  se tornarem universidades.  

terça-feira, 12 de julho de 2011

PSOL, Militancia e a grande imprensa.

Em uma nota no último sábado o jornalista Jorge Bastos Moreno afirma que Marcelo Freixo se reuniu com Malafaia e Cesar Maia definindo pacto de não agressão. O PSOL-RJ desmente oficialmente na segunda-feira de manhã. Antes disso os Parlamentares Marcelo Freixo e Chico Alencar foram rápidos a se manifestarem com "profundo respeito" ao jornalista e clamando que parassem a "Perseguição" ao mesmo diante da reação da militância  via Twitter com relação à sua nota. Foi feita uma imensa questão de desmentir a nota, mas manifestar profundo respeito ao jornalista. Antes disso Chico Alencar escreve com Merval Pereira, notório adversário de todo e qualquer movimento à esquerda, e com Noblat, jornalista que na maioria das vezes não é exatamente primo da informação democrática ou mesmo de qualidade, especialmente quando a informação não é para atacar adversários políticos da linha editorial de seu Jornal. Nosso amigo partido, o PSOL, ainda não tem um jornal de qualidade e de acesso amplo a seus militantes, o site do PSOL-RJ é mais lento que outra coisa em matéria de informação, não tem lista de núcleos existentes, divulga com atraso atividades, etc, mas de certa forma foi até rápido na divulgação do "desmentido" e agora pede amplo apoio militante pra divulgá-lo. Mas pra que desmentir? O respeito é profundo e o jornalista só "errou", dava pra esperar respeitosamente até sábado pro veículo Oficial do PSOL, O Globo, desmentir "oficialmente" via respeitoso jornalista.


Depois da reação dos "respeitosos" parlamentares do PSOL chamando quem defendia o partido diante da IMENSA SACANAGEM CALHORDA do Jorge Bastos Moreno de "açodados" e "perseguidores' do "respeitoso jornalista" a quem nutria "Profundo respeito" a nota do "respeitoso" PSOL-RJ que desmente seu veículo oficial onde nossas figuras públicas colaboram com seus colunistas é até surpreendente, dadas as relações carnais entre o partido e seu veículo quase oficial.

Diante disso se entende que o PSOL-RJ não precisa pedir à militância pra divulgar sua nota, peça ao Globo, com quem tem relações de "profundo respeito", mesmo quando seus colunistas "erram" de forma suspeita. Até porque a militância não serve pra ser consultada a respeito de candidaturas, não serve pra defender o partido, porque que serviria pra divulgar desmentidos? Bestagem, com um jornal de grande circulação à disposição é perda de tempo contar com militantes, que em geral são "açodados", "persecutórios", até agressivos.

Com a discussão o de candidaturas ocorrendo "publicamente" no Rio a ponto de ser colocada como ampla e democrática, sendo que "público" aí é quase tão secreto quanto reunião da maçonaria ou sinônimo de reuniões e núcleos x ou y tomados como medida de todas as coisas, fora que correntes, majoritárias, são tomadas como representante do todo, foda-se, e sem o menor problema do palavrão, as menores e os independentes.

É isso ai, o PSOL pode ser necessário, mas sua militância não o é, ao menos pra ele e sua direção, figuras públicas e "lideranças". Não precisam de quem está aí e não é informado, consultado e ai chovem argumentos pra defender as medidas de discussão "democráticas' levadas em quase segredo pela burocracia. A gente sós erve pra panfletar e isso se o fizer sem reclamar.

Quando um sujeito que fica mais de 12 horas na frente da internet e visita os sites do partido não obtém a informação de discussão de algo em um partido, mesmo lidando com militantes inclusive que participam de mandatos a cosia tá feia na ocultação e mais ainda, quando pra um cara souber de algo do partido precisa ser de corrente e majoritária o trem tá bem feio e há quem ache isso normal.

E o PSOL que busca (Busca?) ser alternativa de esquerda se afoga em si mesmo e acha normal a cúpula decidir pela base. E ainda quer cantar a esquerda que não se vê no PT e procura alternativa. Será que um dia entenderá porque ela não vê no PSOL essa alternativa? Duvido que veja, infelizmente.


PS:  Hoje me disseram que a candidatura Marcelo Freixo a prefeito do Rio estava em discussão desde Fevereiro no PSOL.Como bom mala sem alça procurie no gogoel e como o site do PSOL-RJ está fora do ar, procurei tb nele em cache. A surpresa é que não tem nada em lugar nenhum online dizendo nada a respeito do debate. Dá pra comprovar aqui 
http://j.mp/ovJGG6 que ao menos em sites DO PARTIDO, não há debate nenhum anunciado antes de Junho, quando a  executiva anunciou sua pré-candidatura pra numa inversão de função o diretório estadual discutir. Há sim notas de outros veículos colocando a possibilidade de sua candidatura, nada do partido. Alega-se que quem é de corrente discutiu, ou seja, quem não é de corrente ou ao menos não é das majoritárias não precisa discutir e nem tem disponibilizada a informação de forma pública e oficial pelos veículos do partido. E chamam isso de democracia.. Recebo regularmente mensagens do partido via e-mail e EM MOMENTO ALGUM foi colocado qualquer tipo de debate em quaisquer instancias. Companheiros de n[úcleo de lutas urbanas tb não sabia de nada OFICIALMENTE. E chamam isso de democracia. Um excelente nome, um processo totalmente viciado,anti-democrático e burocrático. Pena, Mesmo quando acerta o PSOL consegue fazer cagada.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A democratização da comunicação é a democratização da sociedade

A concentração midiática no Brasil, onde poucas famílias são proprietárias da maioria absoluta de veículos de comunicação, abrangendo a mídia televisiva, rádios, Internet, jornais e revistas, é um dos maiores obstáculos, senão o maior,  para a emancipação da população em matéria de democracia, protagonismo politico e conquista de direitos.

As empresas de comunicação do Brasil são aliadas do processo de concentração de poder econômico com controle de indústria, terras  e comércio por uma elite sócia destas mesmas empresas e que utiliza a máquina pública como ferramenta para manutenção de  privilégios e ampliação  de sua riqueza.

Ao serem máquinas de repetição diária de idéias que tornam medidas de manutenção de privilégio e diferença entre as classes, os meios de comunicação são a mais forte ferramenta de convencimento de que um sistema que explora o trabalho de milhões, lhes fornece estrutura precária de moradia, saúde, educação e transporte é o único sistema viável e que todo poder deve ser entregue à representantes que são os únicos que "podem" administrar o estado. Com o bombardeio diário de uma informação ela acaba se tornando verdade, uma única verdade. Assim então é construído um silencio sobre toda e qualquer forma de resistência à marcha de um "progresso" cuja propaganda não mostra as favelas removidas para grandes obras, a escola maltratada dos filho dos pobres, os postos de saúde e UPAs hiper lotadas e os soldados "pacificadores" da Upps proibindo festa de criança na favela. Por outro lado o mesmo soldado que proíbe festa de criança é mostrado em festa de debutante sorrindo, a obra que remove moradores sem nenhum respeito à sua história, bens e os jogam a quilômetros de onde moram são mostradas como solução fantástica e linda, os postos de saúde e UPAS são relatados por "especialistas" como um grande feito.

Os meios de comunicação não atuam somente ocultando a realidade, eles criam uma realidade também. Por isso que "favela" é sinônimo do pior que existe, é algo negativo e tem isso reforçado toda vez em que uma grande obra precisa ser feita.Assim se cria uma "verdade" onde é sempre melhor o morador ser removido pra quase 100 km de onde estruturou sua vida do que morar na "favela". A Favela é o mundo ruim, o mundo cão, é o horror habitacional. Não se menciona assim que também é a solução habitacional construída pela população na ausência de politicas habitacionais dignas desse nome e que não sejam apenas o que o jornalista Lúcio de Castro chama de "jogar o pobre pra baixo do tapete da distancia". A vida das pessoas é tratada como se indiferente detalhe diante da necessidade de "melhorar" a vida do pobre segundo soluções criadas longe do principal interessado, em gabinetes administrativos e apartamentos da Zona Sul dignos de figuração nas novelas do Manoel Carlos. Essa mesma realidade onde o núcleo pobre das novelas é o engraçado e fica no máximo na Gloria ou em São Cristóvão, dado o desconhecimento do mundo além túnel dos donos da voz. É a realidade que finge não ver as remoções para a construção de obras faraônicas para os mega-eventos esportivos, tratados apenas como o melhor que podia acontecer ao país e o pobre é o palhaço do espetáculo.

Donas dos direitos de transmissão dos mega-eventos, as empresas de comunicação ajudam a criar mais um muro de silencio que ignora atitudes autoritárias dos poderes executivos municipal, estadual e da união, os gastos absurdos nas obras nitidamente superfaturadas e os escândalos de corrupção ligados à seus parceiros tanto políticos quanto  comerciais como os que envolvem o presidente da CBF e dirigentes da FIFA. Da mesma forma a maior parte da população ignora o que acontece em Belo Monte, no Pará, com indígenas e povoo pobre sendo removidos na base da pancada para a construção de uma usina hidrelétrica que é monstro tratado como solução,mas  injustificável sob o ponto de vista técnico, já que não gerará energia que pague o tamanho da destruição, e que é na verdade o faz um gigantesco crime ambiental.

É por estes motivos, entre tantos outros, que é necessário um amplo movimento de pressão para mudanças nas leis que permitam uma verdadeira democratização dos meios de comunicação. São necessárias ações nas ruas, jornais e rádios comprometidos com a causa da democracia irrestrita para que se derrube o poder quase que absoluto dos donos dos meios de comunicação e que se permita a ampliação do acesso à informação. Precisamos de passeatas, de convencimento da população para pressionarmos os deputados e governantes e os obriguemos a mudar a lei para termos uma comunicação democrática e banir o racismo, a homofobia, o machismo, a misoginia, a exploração dos trabalhadores e a destruição do meio ambiente , para que não permaneçam jogadas de lado e em uma batalha inglória para serem vistas pela população não como mania de radicais enlouquecidos, mas demandas necessárias  para que os direitos da pessoa humana sejam amplamente respeitados até para a sobrevivência das pessoas.Precisamos lutar por novas leis de comunicação que rompam com os monopólios e permitam que a população construa seus próprios meios de comunicação, rádios, Tvs e jornais, sem que a Politica Federal e Anatel os persiga e sem que a máquina doa grandes meios os silencie.

A democratização das comunicações não é excentricidade, não é uma bandeiras dos "anti-Globo" e de mau humorados, é uma necessidade para que o povo não seja pra sempre vitima de ações truculentas como as que remove sem respeito nenhum aos direitos humanos as populações das favelas para a construção de condomínios de classe média e além disso tenha seu drama ocultado por empresas que vendem cidades e até um país que parece de novela, mas tem o dia a dia de filme de terror, ao menos pros mais pobres e que enquanto a concentração da comunicação permanecer nas mãos de poucas famílias aliadas daqueles que concentram o poder e dirigem os esforços do estado para aumentar sua riqueza vai ter muitas sequencias com imensos danos no dia a dia do povo.


quarta-feira, 22 de junho de 2011

PSOL: Militância pra que?

Milton Temer acaba de dizer no Twitter que a Executiva do PSOL-RJ decidiu pela pré-candidatura do Freixo a Prefeito. E afirma ainda, que a direção ratificará. Ou seja, todos os tramites da base à cúpula foram literalmente invertidos, hoje a direção ratifica decisões da executiva, quando devia ser o inverso, dado que a executiva EXECUTA o decidido por seus fóruns de discussão e formulação. 

Pra que núcleo? Pra que plenária? Eu não fui consultado sobre a decisão, então não preciso guardar disciplina sobre ela, correto? Pra que Assembléia, pra que militante? Militante não é pau mandado panfletador em campanhas. Militante é ente político consciente e que tem poder de decisão.  O que a executiva do PSOL-RJ fez foi declarar uma concepção de partido que torna militantes obsoletos e inúteis.E como as reclamações são nacionais, conforme qualquer militante mediamente informado deve saber, o trem tá feio.

Este tipo de atitude, que realmente é comum e vem desde o inicio do PSOL, há meros 5 ano. Isso já nos levou a um imenso problema com a tentativa de aliança com o PV e todo o problema que dai veio com a Rainha de Copas querendo cortar cabeças, sites e seus aliados idem. Inclusive problemas gravíssimos como o da questão das filiações em massa e por vezes assembleias com votação suspeita,etc.. Hoje já temos a decisão nada coletiva dos critérios para o congresso onde mais vale número que militância para ser delegado. Se eu filiar mil amigos da Legião Tricolor a tempo eu poderia ter mais delegados que todos os núcleos militantes. Simples assim. Agora é o lançamento da candidatura sob a dedução de sua aceitação.

A questão aí não é o nome, que é ótimo, mas tudo oque gira me torno da candidatura que vai da escolha coletiva de estratégia e tática até a ideia conjuntural da importância do Freixo em outros fóruns, por exemplo, além da obviedade da importância dele em Niterói.

Boas decisões tomadas da maneira errada podem se tornar péssimas decisões. Mais uma vez a cúpula do PSOL sinaliza que só precisa da militância pra panfletar e pra ir pras lutas levando o nome do partido, mas que não precisa falar nada, decidir nada e sua opinião não tem importância. Isso é sinal de burocratização e aumento da parlamentarização do partido. Isso é péssimo e tende a manter o afastamento de forças de esquerda que sofrem o mesmo em outros partidos e têm dúvidas de nosso caráter de abrigo da esquerda.  

Tudo isso joga ao chão a ideia de "Partido Necessário" e afasta mais ainda a chance dele se tornar imprescindível, porque não é necessário mais um partido burocratizado e sem base e nem imprescindível um partido que, apesar de não ter uma base é tão grande quanto a do PT, tem o mesmo tipo de eco pra cúpula: Zero.

Não adianta escrever carta aos petistas pra chamá-los pro PSOL e repetir o pior erro do PT que é a ausência de canais de influencia da base no Partido. Essa ausência que levou ao PT ter mais burocratas ligados ao capital que gente de esquerda socialista.

Pra encontrar lutadores nas ruas basta ir às rua,s pra trazê-los para um partido é preciso mais que isso e,d e novo, sinalizamos que militar não é preciso, panfletar é que é preciso. O PSOL é necessário na câmara e câmaras? É sim, mas sem uma militância orgânica, que luta, decide e tá na rua com consciência e levando o nome do partido, ele só ficará nos gabinetes, e dificilmente continuará necessário pra sempre.

Desse jeito o PSOL pode até ser imprescindível pra esquerda, mas talvez só pra Festiva e não a antiga, mas a nova, que acha que o bacana é humanizar o capital.

terça-feira, 14 de junho de 2011

NOTA DOS BLOGUEIROS DE ESQUERDA (EBLOG) EM APOIO AOS ESTUDANTES DA PUCRS


O grupo dos Eblog – Blogueiros de Esquerda – apoia os estudantes combativos da PUCRS e repudia veementemente as agressões desferidas pelo Diretório Central de Estudantes (DCE) dessa universidade há mais de 20 anos. As agressões – físicas ou não – se repetem ano após ano, a cada eleição fraudada, ameaça ou via de fato, e a Reitoria da PUCRS, vergonhosamente, se omite, assim como o Ministério Público, deixando à própria sorte milhares de estudantes de uma das universidades mais importantes do país, mas que não consegue sequer garantir aos próprios alunos a segurança e o direito à democracia interna. Dessa forma, repudiamos não apenas as ações do DCE, mas as omissões dos diversos órgãos que deveriam proteger a liberdade dos estudantes contra uma máfia instalada desde a década de 1990. Ao mesmo tempo, manifestamos nosso apoio e solidariedade não apenas aos estudantes da PUCRS envolvidos nos recentes protestos, mas a todos os agentes e entidades sociais presentes nessa importante luta democrática, e os convidamos a usar nossos espaços da mídia independente e popular para publicizar e defender suas demandas.
Eblog – Blogueiros de Esquerda
Alexandre Haubrich – www.jornalismob.wordpress.com
Lucas Morais – www.diarioliberdade.org
Thiago Miranda dos Santos Moreira – www.ruminantia.wordpress.com
Luka – www.bdbrasil.org
Renata Lins – www.chopinhofeminino.blogspot.com
Gilson Moura Henrique Junior – www.tranversaldotempo.blogspot.com
André Raboni – www.acertodecontas.blog.br
Rodrigo Cardia – www.caouivador.wordpress.com
Niara de Oliveira – www.pimentacomlimao.wordpress.com

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Importante ler excelente post do  JornalismoB a respeito da conivência da Zero Hora e da PUCRS com a Máfia do DCE.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Os Blogueiros, os pavões, a mulher e a esquerda

 Em 2010 criou-se uma atmosfera na esquerda de apoio cerrado à candidata Dilma Roussef diante do crescimento da candidatura e das ações da direita, cada vez mais reacionária. Mesmo quem optou pelo voto nulo sentia a pressão para o apoio sob o rótulo de "apoio indireto á direita", caso continuasse com uma postura política que não fosse a do bumbo coletivo.

 Várias vezes o debate político foi travado diante de traves que impediam avanços na construção de pontes, a desconstrução da esquerda não-governista era por vezes palpável no argumento de vários dos defensores do apoio à Dilma a qualquer custo. 

 Por trás das paixões que se elevam nos embates eleitorais, nas escolhas, não havia só uma busca de vencer a direita, mas também uma lógica de exclusão de qualquer oposição à uma política que parte da esquerda endossa de gerenciamento qualificado do capitalismo.

 Então caminhamos lado  lado, todos no combate á direita, alguns no apoio crítico à candidatura do governo e  outros no apoio cerrado ao governo e à candidatura, e chegamos à eleição da primeira mulher a presidir o Brasil. Mesmo quem não votou em Dilma lutou contra o crescimento da direita,a meu ver o alvo principal da esquerda e junto  a quem votou em Dilma, criticamente ou não, construiu e pavimentou uma civilizada relação entre campos da esquerda rumo à ampliação deste espectro político na vida nacional, correto? Não necessariamente.

 Após as eleições a busca de manutenção do clima binário, de nós ou eles, se tornou parte integrante da postura de vários companheiros, muitos deles blogueiros conhecidos, que entrevistam presidentes,etc. A lógica de apoio acrítico ao governo se manteve, como se o combate à direita só fosse possível com a criação de uma claque organizada e que nunca critica a formação, as posturas e as políticas do governo. Como se a esquerda se reduzisse ao governo e seus apoiadores. A esquerda que não segue o tom do bumbo por vezes sofre nos debates o que se chama de rodo nas assembléias, ou seja, o debate é interrompido porque a postura crítica  é tratada como ataque frontal. 

 Mesmo nas iniciativas que se propunham amplificadoras de uma rede de publicadores de esquerda o que se via era o direcionamento da divulgação evitando ampliação real da divulgação de idéias que não fossem as alinhadas com o apoio integral ao governo Dilma.

 O Sectarismo criticado na ultra-esquerda encontra eco na esquerda governista quando a idéia de mobilização passa diretamente pelo alinhamento ao governo e qualquer crítica a ele se transforma num comportamento que falta pouco pra ser chamado de "quinta-coluna".

 Enquanto isso a formação de pontes entre organizações de esquerda sofre um revés, seja na divisão da construção de uma rede de blogs de esquerda que possa se transformar em uma literal opção de comunicação à mídia tradicional, seja na construção literal de redes pessoais de opinião e idéias que possa respeitar divergências e avanças nas lutas que são agenda comum.

 É preciso ir além do apoio ao governo e ir fundo no apoio à uma agenda comum, ir criticamente na relação com um governo que não é da esquerda, é composto por uma malha de partidos e interesses que por vezes são frontalmente antípodas aos de qualquer grupamento ou individuo de esquerda, principalmente a socialista. É preciso entender que o apoio a um governo não precisa ser um cheque em branco, um apoio incondicional, porque além da simbologia da primeira mulher eleita, existe um estado, um estado capitalista,  e este é conduzido por um governo com uma miríade de apoios, cuja constituição inclui membros da velha direita da ARENA, de acordo com um sem número de interesses, pressões e tensionamentos que na maior parte das vezes é um muro aos interesses que defendemos.

 Confundir apoio à decisões que estejam de acordo com uma rede de bandeiras comuns com apoio integral ao governo, o que incluiria apoio á medidas como as da mudança no código Florestal, Belo Monte,etc, é bola fora na tentativa de construir mais que um bando de chiliquentos que se juntam em época de eleição e depois se divide em uma claque feliz contra críticos ferozes.

 Se os blogs de esquerda forem mais do que pessoas que buscam entrevistar presidentes é hora de começar a se construir uma rede real, ampla e democrática, até porque governos e partidos mudam, e por vezes nos abandonam.


sábado, 25 de setembro de 2010

O DNA do Golpismo da Mídia e o compromisso pelo enfrentamento

Na polarização entre PSDEMB x PT, que dia desses pode virar PTMDB, a velha midia, ou mídia gorda, assume o caráter de oposição de direita e de mais efetivo partido conservador do país, eclipsando seus candidatos, especialmente o principal, José Serra, e usando de todas as armas possíveis e impossíveis para derrotar a principal adversária e capitã do projeto da coalizão que sustenta o Governo do  PT, Dilma "búlgara" Roussef.

Gramsci já cantava a pedra no cárcere, quando dizia que em tempos de "crise de direção" da burguesia a imprensa assume-se como partido contra-revolucionário, e o fez tanto agora, quanto de 45 a 64,atacando diariamente os candidatos e governantes minimamente conectados a um projeto de poder popular ( mesmo que na doce avaliação do Blogueiro, popular nem sempre combine com de esquerda). Com esses ataques se buscou e se busca não só desestabilizar a base de sustentação dos governos/candidatos, mas também iniciar um projeto de semeadura de um combate, digamos, mais enfático a seus inimigos, ou seja, semear golpismos e excessões. O sintomático é a hiper-sensibilidade quando Lula, presidente, ente político membro do PT, declara que deve-se "extirpar" o DEM, partido inimigo do seu, mas ausência total dela quando o presidente do DEM quando era ainda PFL declarou que "Vamos nos livrar desta raça por mais 30 anos" na época do Mensalão.A raça era o PT, mas o PT para a velha mídia pode e deve ser extirpado, o DEM não.

Essa seletividade é obviamente fruto das relações político-empresariais entre donos da midia e donos do capital com seus representantes diretos (partidos como DEM, PSDB, PMDB, PP, PTB,etc),e não precisa ser mais destrinchada,nem mesmo a virulÊncia dos ataques a seus inimigos, repetida, comum e esperada em algum momento.Da mesma forma que pisar, ou repisar, no motivo da contrariedade com o PT e um governo de cunho "popular", mesmo este conduzindo um governo que não só é lucrativo para a burguesia, mas também de certa forma muitas vezes foi tábua de salvação de uma velha mídia em crise  economica séria.

Sem credibilidade até em obituário

A questão é o grau do golpismo em relação às novas mudanças, que vão além de partido indesejado no poder, e o aumento da participação política e da descentralização da comunicação a partir de novas tecnologias. Os ataques a Dilma/Lula/PT e também ao ideário de esquerda relativo a qualquer avanço no debate a respeito da CONFECOM, de democratização das comunicações e controle social da mídia, e isso pisado e repisado como "golpe contra a liberdade de imprensa", "venezuelização do brasil" e outras asneiras desonestas, são menos um ataque específico a uma candidata, mas o semear de um germe de bloqueio à qualquer repensar de mudanças em um dos maiores atores na disputa pela hegemonia política, a mídia.

A sintomática adesão da igreja, a partir de sua ala conservadora, ao discurso satanizador do PT/Dilma/Lula/Esquerda e ampliação do uso do tema aborto sem o perfil republicano, mas o radicalizado senso comum "pela vida", o moralismo de ocasião,tudo embrulhado em papel jornal que a cada dia tem menos compromisso com o mínimo de dignidade profissional, mais que indícios, são fortes sinais de uma busca de reequilíbrio de forças através da construção de um discurso fortemente anti comunista, religioso e moralista, que reduz a desimportantes direitos fundamentais de cidadania ampla e democracia radical e declara como fundamentais direitos relacionados à liberdade de empresa, ao capital e que reduzem a pluralidade a exercícios de autoritarismo, como se o controle platonicamente estivesse em melhores mãos controlados por nove famílias do que por uma sociedade inteira.

EX-revista em atividade
A mídia como porta-voz da direita "civilizadora" não considera civilizatório nem mesmo conquistas liberais que remontam à Revolução Francesa, saudosos de uma aristocracia autocrática ou de um poder moderador que buscam ressuscitar travestindo-o de quarto poder.

Com importante mudanças tecnológicas em curso e descentralização da comunicação através de blogs,redes sociais,onde a capilarização das informações chega a níveis absurdos,e mudanças economicas que introduzem no mercado de informação novos atores, que não só entram na festa, mas conquistam protagonismo da mesma,  a obesa mídia antiga perde-se em sensacionalismos desesperados que tergiversam o ataque à uma busca de ampliação de uma cidadania e democracia que vai além de um governo e à sua própria sobrevivencia em um mundo fora de seu controle.

É claro que combate se dá também em um quadro de pouquíssimo avanço pelo governo "popular" neste campo, e uma recusa de enfrentamento ou enfrentamento periférico do problema que indica uma avaliação própria de pouca força para o embate ou compromissos de governança que acreditavam na anuência desta mídia ao processo democrático.

Precisamos tem em mente que o combate não pode ser feito sem a cobrança ao governo de ampliação do enfrentamento e de apoio à mudança em curso, para que possamos realmente mudar um quadro de concentração midiática que permite o grau de manipulação agora em curso. Também é importante ressaltar o quadro de um governo que merece aplausos por extremamente democrático, mas críticas por recuar constantemente na defesa de bandeiras da esquerda e também na pouca confiança que passa de ir realmente além do inflamado discurso eleitoral para a implementação de mudanças maiores na política e sociedade brasileiras. Cada recuo no que as conferencias decidiram, em especial CONFECOM e PNDH3 se transformou em parte do DNA dos ataques à democracia feitos pela mídia que não enfrentou.

É dever de todo socialista ajudar na luta contra o golpismo da mídia,seja ele do PSOL, do PT, do PCB,etc, mas é dever do governo ir além de "governismos" como desculpa e comprar essa briga junto com a população que o apoia e reelege e com a esquerda, que oposicionista ou não, luta pela democratização real do país e das comunicações.