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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Buscando consensos debaixo das botas

A busca de consensos e de acomodações é uma arte própria de nossa política Brasileña. A própria noção de que propostas radicais tendem a ser inúteis porque jamais serão colocadas em prática é voz corrente na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. Uma filha dileta desta noção é a idéia de que se você "não participa do 'jogo' você jamais é eleito e nunca pode fazer  nada". E o "jogo" ai é corrupção na dura, mas com a tucanada clássica de Pindorama.

Essas noções percorrem o pensamento dos nossos amigos, irmãos, namoradas, e nas padarias de Vera Cruz se consolidam como uma idéia monolítica de política. O problema delas não é só o determinismo de que política só pode ser feita do jeito clássico desde o pré-império ou então não é política, é também incutir como radicais apenas as idéias e propostas que estão do lado gauche da vida. Ou seja, se naturaliza que "radical" é de esquerda e que passar o rodo em meio país de floresta é "normal' e "de Deus".

Então fica aquela coisa pululando nas colunas de jornais, de Blogs, em twitteres e feiciquibuis: "Politica é acomodar-se como sistema pra poder fazer alguma coisa".  Radicalismos como direitos civis pra homossexuais, legalização do aborto, abrir diálogo com etnias indígenas antes de mandá-las pra pitoresca casa do caralho em nome da construção de mais uma barragem, são impedidos de serem debatidos porque "não  passam" e "temos coisas mais importantes pra fazer pelo país e pelos pobres".

E essas "coisas mais importantes pra fazer pelo país e pelos pobres" em geral compõem radicais transformações na vida dos  pobres "reais" que são atingidos por:  barragens que os removem, assim como a seus companheiros das etnias indígenas; por uma educação que os condena, se gays e mulheres, a uma existência oprimida e por vezes cheias da deliciosa e fofa porrada diária; por estradas e estádios  das cidades sedes da Copa e Olimpíada, nos quais jamais andarão ou entrarão.

Assim se segue no baile de abandonar "radicalismos" humanistas para adotar o radical trator de um capital cujo "desenvolvimento" é em geral construído em cima de cadáveres. E vamos nos "desenvolvendo" sem saber que desenvolvimento é esse, qual o preço a respeito dele e o quão é radical este processo onde abandonamos "radicalismos" que reduziriam opressões para abraçar radicalismos que produzem tragédias no presente e no futuro. 

Tiramos pobres de suas casas e cidades parta "melhorar a vida" dos pobres que perdem suas casas e cidades, sacaram? 

Acomodamos com os ruralistas para pavimentarmos o caminho do desenvolvimento que vai "melhorar a vida" dos pobres que por vezes morrem assassinados pelos ruralistas. Abandonamos propostas "radicais" que ofenderiam a bancada da religião para que possamos avançar no desenvolvimento que vai "melhorar a vida" dos pobres cujas mulheres serão condenadas a terem filhos de estupro, por gravidez indesejada porque a fé do Brasil não permite que mulheres tenham o direito de abortarem.

Acomodamos com todo mundo, dialogamos com todo mundo para "melhorar a vida" dos pobres que são massacrados em um processo de desenvolvimento que esgota todos os avanços humanistas para manter uma máquina que não dialoga e remove, expulsa, mata e alimenta a mesma opressão do sistema que deveríamos derrubar, mas estamos ali "dialogando", porque "politica não se faz sem acomodação e mediação".




E seguimos na busca de consenso e conciliações enquanto morrem Guaranis, Lutadores, Sem Terra, mulheres e gays. Buscamos consenso enquanto se constroem Usinas para alimentar a industria do alumínio, se aprovam leis que legalizarão o desmate, se busca criar uma "bolsa-estupro" e por ai vai... 

Enquanto isso gays e antropólogos são espancados em São Paulo, a serpente pariu o ovo e estamos buscando o diálogo.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A Ordem não dá choque em carro, só em gente

Calçada tomada na Iintendente Magalhães.
Em Valqueire e isso é todo dia
Que a Ordem é um conceito que varia de acordo com o observador qualquer carioca que vá além Rebouças sabia. Que nosso prefeito fotogênico tem um conceito de ordem geograficamente e políticamente limitado idem. A questão é leninisticamente simples: Que fazer diante disso? Primeiramente acho que a ordem deve ser discutida, porque ela oscila normalmente na cabecita da rapeize entre opressão, limitação e caretização da society; Segundamente creio que a partir da discussão de que ordem é essa, precisamos encher o saco com nossa exigência de ordenamento; Terceiro devemos denunciar os conflitos entre a ordem prefeitural propagandeada e a real.

Quer passar? se espreme aí!
Ordem pode ser defesa de um status quo imutável ou defesa da organização do espaço público a partir da definição coletiva do que é púiblico do que é ordem e como atingi-la. A partir disso aí sim ao invés de imposições de choques, a construção de um ordenamento democático se faz não só necessária, mas aceitável, funcional e sem violencias. Com a eleição de Eduardo "Pereira" Paes começou a implantação de uma ordem chocante oficialmente apontada como "Choque de Ordem". Apoiada pela imprensa escrita, falada, televisionada, ajoelhada e deslumbrada, a operação fez várias vitimas no perímetro urbano da muy hermosa Ciudad de São Sebastião do Rio de Janeiro.

 A questão toda nunca passou por uma discussão coletiva coma  sociedade. A eleição do Dudinha parece que o elevou ao status de divindade de todos nós, ignorando a oposição e os que não votaram nele, que o obrigaria a discutir com o coletivo as ações da prefeitura. E aí tome-lhe de camelô, ambulante e vendedor de cerveja tomando rodo, boteco sujo,etc.. não necessariamente grandes Bares e Restaurantes e sua privatização do espaço público.  

Isto é na frente da portaria de um Prédio.
Não há espaço pra passar com doentes, por exemplo
O mais fofo é que muita gente diz que sim, que ocorre choque de ordem pra grandes Restaurantes no Rio, mas meu Rio de Janeiro não vê isso atingir as Pizzarias Guanabaras, Bares na orla,etc..

Tem mais, além de impor uma ordem na marra, baseando-se apenas no resultado eleitoral, nosso amor prefeitural meteu a bronca do choque de ordem, em toda a cidade, mas com uma ênfase imensa na Zona Sul, Centro e Grande Tijuca. No Restante da cidade a repressão se deu apenas nas vítimas preferenciais ambulantes e camelosas, grandes comerciantes além de não serem atingidos são solenemente ignorados. Basta vir ao Valqueire e ver as cenas expostas no Blog com os carros das revendedoras ocupando todos os espaços ditos públicos. Já a praça Saiqui não podia ter ambulantes e nem cama elástica, mas os carros podem ocupar todas as calçadas, frente de prédios,etc..

Outra foto mais proxima da mesma portaria supracitada
Então descobrimos que ordem é reprimir a camada populacional não vem vestida ou comercialmente relevante, descobrimos também que nosso desejo de ordenamento coletivo é merda porque nosso amado prefeito tudo pode, Também sacamos que ordem com organização só rola na parte mais central e turística da cidade, na linha das upps, e que a propaganda chama uma coisa de ordem, mas no subúrbio ordem é uma mistura de trator com uma conveniente conivência com os donos de votos e poder locais.

Porque há cidades partidas e  divididas no Rio? Porque interesses políticos, economicos e escusos andam lado a lado com os votos da Câmara, ALERJ e provavelmente mandam mais que a tal ordem da propaganda, que só existe na idéia maluca, distorcida e autista dos apresentadores da Rede Globo.

A placa deveria ser: Proibido perambular!


Enquanto o jogo da Ordem chocante passeia pelos anúncios e deixa tranquila a Eleitora de Copacabana, os eleitores de Vila Valqueire, Campinho, convive com um espaço de menos de um metro para transitarem, com revendedoras ocupando as calçadas e determinando onde pode ou não estacionar, impedindo a saída de doentes de prédios,e  quase atropelando transeuntes porque mexem nos carros como e quando querem, porque aqui a prefeitura não existem, só existe os aliados, jagunços e milicianos de prefeito e governador.

Além disso os BRTs adoram demolir casas no subúrbio. 

Definitivamente a Ordem de Eduardo Paes só é olímpica na vida de quem tem holofote, nas sombras do subúrbio ela é a velha ordem do tacão, da porrada e do desrespeito. Porque o que vale aqui é carro, e carro na calçada pode. No subúrbio da ordem do Paes, a Ordem não dá choque em carro, só em gente.

 PS:  A referencia à dificuldade de doentes é pessoal, em um dia tive de erguer a maca ocm meu pai doente,eporque os carros de uma das lojas estavam no caminho e o "dono" não tirou para que passasse com a maca até a ambulancia. Lojistas lançam inseticida todo dia na frente de casas prejudicando quem tem problemas respiratórios, crianças e idosos, que passam mal com o cheiro. Lojistas pressionam de forma rude quem estaciona na frente dos prédios e invetam meios de retirar os carros para porem os carros à venda. E PAes? Nada. Só bate em ambulante pobre.